Dessa vez é pra valer.

6 da manhã, um café puro, um banho quente e o seu casaco. Ah, claro, o seu casaco. Ele sempre é mais quentinho, aconchegante e sem dúvidas o mais cheiroso. Me aquece em dias de frio e sempre me traz calafrios quando num flash de pensamentos eu lembro da história desse casaco. Fechei a casa e joguei a chave pela fresta da porta, qualquer coisa o porteiro me dá a cópia.

Em um ato desesperado corro atrás da minha oportunidade, que na verdade podemos chamar de trem das nove.

Lana Del Rey nos fones, um cochilo e apenas um destino: sua casa. Eu ainda lembro-me dela: da cor dos meus olhos e com o aconchego dos seus braços, é, talvez estamos chegando. Mas um cochilo e.. BINGO! Chegamos. Estou cansada, afinal viajar mais de 500 quilômetros não é tarefa fácil. Um táxi por pura preguiça de caminhar nesse dia gostosamente frio. Ah, droga, eu perdi o papel com seu endereço. Mas eu acho que ainda lembro. Bandeira dois, 23 reais. É aqui moço! Frio na barriga e mãos suando. Não é a primeira, nem quinta e muito menos vigésima vez que venho aqui, mas ainda sim sinto esses sintomas horríveis. Meu dedo na campainha, você abrindo a porta. Seu sorriso, um abraço demorado e nossa saudade exalando. Dessa vez é pra valer.